São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Fortaleza e Recife

E aí eu andei sumida, né?

Fui pra Fortaleza, terra de quentura-praia-camarão-família-tudo-de-bom.

Era o aniversário da de cabelos rebeldes, que não estava de cabelos rebeldes, mas sim arrumadíssima, como uma verdadeira semi-debutante, no auge de seus cinco anos de idade, de cabelos devidamente escovados e pranchados.

E pra fazê-la entender que aquele dia era apenas o da comemoração, e não o do aniversário propriamente dito?

E quando ela perguntou pro pai(concurseiro-bitolado-que-não-vai-a-nenhum-evento), dias antes:

- Pai, o senhor vai pro meu aniversário?
- Claro, minha filha! Por que o papai não iria?
- O senhor num vai ficar em casa estudando não?

Me diz aí se pode um negócio desses?! Ê vida difícil essa nossa.

E por falar em concurso, dia 26 fui pra Recife fazer prova: mais uma para o meu currículo de: "fiz o perfil, mas não vai dar pra entrar".

All right, outros concursos virão. Aos menos concursos estaduais, já que a digníssima Presidenta resolveu nos deprimir ainda mais suspendendo (será que suspende mesmo?) os concursos federais.

Na segunda eu fui assistir aula - bendito sejam os cursos via satélite, que nos permitem assistir aula em inúmeros locais do Brasil! - e uma criatura que eu nunca tinha visto na vida (até porque eu nunca tinha assistido aula naquela unidade do curso) me perguntou se eu poderia gravar num pendrive para ela as aulas de quinta e sexta da semana anterior.

Acontece que eu sou perfeccionista com o meu caderno. #Fato. Na faculdade, ou melhor, desde o colégio, o meu caderno era aquele que o povo pedia pra bater cópia, sabe? Então tipo assim, eu CON-FES-SO: eu tenho ciúme do meu caderno!!!!! E podem me chamar de nerd, de egoísta, do escambau. F$#a-se. Por causa de peninha que eu já tive de um colega da faculdade, que tinha ficado de final e me implorou pra tirar cópia do caderno de Direito Empresarial, até hoje eu espero que ele me devolva esse caderno, que era uma relíquia.

Mas enfim, na hora que essa menina me pediu, os anjos do céu tocaram as harpas, Nossa Senhora desceu lá de onde ela tava, Jesus disse Amém, sei lá. Eu simplesmente calei, peguei o pendrive e copiei pra ela. Claro, copiar os arquivos não ia me prejudicar em nada, afinal, não tinha perigo de eu perder o arquivo. Mas diz aí se não foi muita cara-de-pau dela, sem nunca nem ter me visto???

O pior foi que quando eu devolvi o pendrive ELA NEM ME AGRADECEU. Tava conversando com umas outras amigas (às quais ela poderia ter pedido, não pediu os arquivos), e só depois disse um "ah, valeu". Mermão, valeu não é obrigado!

Mas tudo que Deus faz é bem feito.

Fiquei alguns minutos ruminando silenciosamente a minha raiva, até lembrar de uma coisa que tinha acontecido exatamente uma semana antes: meu netbook tinha travado, simplesmente do nada, e o último backup que eu tinha feito das aulas tinha sido há mais de um mês. Eu fiquei louca, neam? Tentei de tudo, mas nada deu certo. Chorei feito uma desesperada, com medo de perder o quê, o quê? As minhas TÃO PRECIOSAS ANOTAÇÕES.

No auge do desespero, pedi a Deus que fizesse o computador funcionar, que eu assumiria o compromisso de fazer alguma caridade a um completo desconhecido, alguma coisa que ele me mostraria, na hora certa, que não seria eu a escolher (aham, já deu pra imaginar, né). É que eu suspendi por um tempo as promessas (v. post da coca-cola). E então não prometi nada concreto.

Pois é. Deus tinha colocado aquela sem noção (é, porque ela é sem noção mesmo) no meu caminho pra que eu pudesse cumprir a minha "promessa". E usou justamente o que pra mim tinha sido o mais precioso: as minhas anotaçõezinhas tão bonitinhas.

Agora já pensou se eu tivesse negado o que a menina tinha me pedido?

quarta-feira, 9 de março de 2011

4 anos de casamento, 11 de namoro, e Fernando Pessoa fala por mim...

Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.


Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.

E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.

Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...

quarta-feira, 2 de março de 2011

1 ano sem refri

No dia 25 de fevereiro do ano passado, saiu o resultado do concurso do meu amado marido.

Acordei, assim como nos dias anteriores, com o barulho do estabilizador do computador. Imaginei que ele já estava sentado na cadeira, tentando ver se o resultado tinha saído no Diário Oficial da União daquele dia. "Saiu, amor!!!"

Dei um pulo da cama e corri pro gabinete - pausa dramática: ai que saudade do nosso apartamento... - Ele tava passando mal, mesmo. Coloquei a mão no peito dele e estava aos pulos, nunca tinha visto daquele jeito. Na primeira fase, ele tinha ficado entre as últimas vagas, não podia cair mais do que 15, 20 posições.

Mas quando a gente viu o resultado da 2ª fase lá estava ele, bem acima, tinha subido mais de 200 posições... Ai, foi um alívio e uma felicidade sem tamanho. Depois de tanto sacrifício, tanto tempo sem trabalhar, tantos estresses... Ele merecia! E eu também!

Mas enfim, o que o refrigerante tem a ver com tudo isso?

É que, se ele passasse, teríamos que cumprir algumas promessas que tínhamos feito a Nossa Senhora Aparecida. Uma delas era visitar a Basílica, em Aparecida do Norte, o que fizemos recentemente, quando os meus sogros vieram a Osacity, em dezembro. Olha a foto que tirei:

(essa é a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, achada nas águas do Rio Paraíba)

E outra promessa, a que explica o título deste post, foi a de que ficaríamos um ano sem beber nenhum refrigerante. Nenhum mesmo. E aí entrava coca-cola, guaraná (até kuat, aquela porcaria), fanta uva, laranja, etc, e essas águas com corante, tipo H2O, Aquarius...
Dia 28 de fevereiro do ano passado fizemos a nossa despedida.
Um ano se passou e o dia da glória chegou:


Vale ressaltar que as coquinnhas estavam devidamente dormidas, ou seja, foram compradas com antecedência, e ficaram descansando em berço esplêndido, na geladeira, pra ficar no ponto.

Quando cheguei da aula fomos rezar o terço, pra agradecer esse ano MA-RA-VI-LHO-SO que Deus nos deu, com a intercessão de Nossa Senhora, e depois fomos nos preparar para esse momento de emoção.

Algumas pessoas me perguntaram por que eu não ficava logo sem beber de uma vez, já que tinha ficado um ano sem beber. Porque eu não quero, oras! E porque acho que, com moderação, não irá me fazer mal! Mal faz é cigarro, cachaça... E olha que uma das pessoas que me "aconselhou" a parar de beber refri bebe (bebiba alcóolica) quase todo dia.

Outra me disse que isso não era sacrifício, que sacrifício mesmo era juntar o dinheiro de todas as cocas que eu não tinha bebido e dar aos pobres. Acho sinceramente que todos devem fazer pelo menos um pouco de caridade, sim, mas não se deve sair por aí dizendo o que se faz ou se deixa de fazer.

Além disso, cada um sabe o que é sacrifício para si. Se pra mim sacrifício é passar um ano sem beber refrigerante, pra uma amiga minha sacrifício é passar um mês sem ir pra academia. Meu marido até cogitou incluir na promessa o chocolate, mas achou que seria forte demais e não aguentaria. Resolveu fazer só durante a páscoa. Quase morre. Já pra mim, não seria quase nenhum sacrifício. Enfim, não dá pra ficar medindo os outros com a própria régua.

Voltando à coquinha (é estranho escrever assim, mas não achei uma forma melhor), foi bom demais! Estava geladérrima! Só achamos um pouco doce. Impressionante como o paladar se acostuma. Já o guaraná e a coca-zero não achamos tanto.

O melhor de tudo é saber que o tempo passou e tudo deu certo, mesmo sendo os planos de Deus tão diferentes dos nossos.