Quanta saudade!
Desde o último dia 18, eu sei que não vou mais te ver aqui na Terra.
Sei que não vou mais sentir o seu cheiro, nem ouvir você dizer que fica arrepiada quando cheiram o seu cangote. Não vou mais ouvir você dizer que está com fastio, mas beliscar todas as comidas que os médicos tinham proibido. Não vou mais ouvir a sua gargalhada, tão típica dos Rocha, quando ouvia alguém contar uma piada.
Não vou mais ouvir você contar as histórias sobre o tempo em que trabalhava naquela perfumaria do centro da cidade. Não vou mais ver a sua letra bonita escrevendo um recado ou anotando um telefone. Não vou mais ver você saindo pra ir à missa.
Vovó, a senhora proporcionou a mim e aos meus irmãos e primos uma infância maravilhosa. A senhora me deu primos que são verdadeiros irmãos, tios que são um pouco meus pais e tias que são também minhas mães. E eu te agradeço por tudo isso, por cada final de semana que passei na sua casa, por cada reunião de domingo e por cada benção que a senhora me deu.
Mas vovó, quando eu chegar à sua casa no sábado, antes de ir almoçar na casa da mamãe, assim como eu não vejo mais a Lelê sentada no batente do quintal, sei que não vou mais te ver sentada naquela cadeira de balanço na entrada da sala. E quando eu for embora vovó, eu vou pedir a benção ao vovô, mas você não vai mais me levar até o portão.
Porém, mais do que essas certezas todas, eu tenho a convicção de que, no último dia 18, o céu fez festa pra você. Nosso Senhor estendeu o tapete vermelho. E eu sei que a Lelê, o Geurim, sua filhinha Marta e suas manas estavam te esperando. E eu espero, vovó, que quando os meus dias terminarem, Deus me dê a graça de ir ficar pertinho de você.
Um beijo saudoso,
Lulu
Nenhum comentário:
Postar um comentário