A gente veio passar a Semana Santa em Fortaleza, e anteontem eu passei em frente à Procuradoria (onde eu trabalhava até dezembro) e vi como essa frase se encaixa na minha vida.
Em 2004, quando eu fiz o concurso pro meu atual emprego (esse de que estou licenciada), o concurso era nacional e eu não tive pontuação pra passar pra Fortaleza. Acabei me classificando pra São Paulo. À época, como já era concursada em outro órgão, até achava que nem assumiria o novo, porque teria que me mudar pra SP e tudo mais.
Mas quando fui chamada, consegui uma pessoa para trocar comigo (ela iria de Fortal pra SP e eu o contrário) e, resumindo a história - graças à intercessão de Nossa Senhora Aparecida (e isso daria um outro post, certeza) -- em setembro de 2005 fui nomeada, no dia 12 de outubro viajei pra São Paulo e no dia 13 assumi; dia 20 de dezembro do mesmo ano estava de volta, para passar o Natal; dia 27 de dezembro a minha permuta já estava deferida e eu já podia começar a trabalhar em Fortaleza.
Para quem não é do serviço público federal, pode parecer algo simples, mas para quem conhece um pouco dos concursos e do serviço público, é fácil saber o quanto é difícil uma remoção para Fortaleza.
O fato é que eu tinha conseguido e estava muito feliz com tudo aquilo: salário dobrado, emprego federal, casamento sendo planejado, enfim, tudo perfeito.
Os anos passaram, fomos fazendo os nossos planos.
Casamos em 2007, compramos um apartamento em 2008, planejávamos um filho pra 2009... enfim, tudo corria normalmente.
Mas... como a frase do Humberto lá do começo do post disse, começou a piada:
1 - Resolvemos que o husband ia sair do job dele pra estudar pro concurso que queria - adia o menino (tem coisa pra dar mais despesa do que filho?).
2 - A construtora atrasou a entrega do apartamento - adia a mudança e enche o saco da sogra (a gente tava morando lá) por um ano e nove meses, e não por seis meses, como combinado no início - AH! Adia o menino também.
3 - Marido passou! Eba! Mudança pra Osacity (ainda bem, porque podia ser pra lugares bem inóspitos, no interior do interior do país). Ele foi em julho de 2011. Resultado: só morou 6 meses no ap novo. Eu ainda fiquei por lá mais dois meses. Depois fui pra casa da mamãe (meses que renderiam outros posts hilários) e me mudei pra Osa em dezembro.
4 - Resolvemos que, dessa vez, eu ia ficar só estudando: desperdiça a sorte de 2005, e, e, e adia o menino!!!
Pois é (os paulistas diriam "então" - eles falam muito essa palavra, ah, e falam também um palavrão, aquele "fud**" como se fosse uma palavra normal, em todas as suas variações linguísticas)... Mas eu sou cearense e falo "pois é".
Pois é. Só fazem quatro meses. Mas já tenho pressa de passar em outro concurso. Tenho pressa de voltar a trabalhar. Tenho pressa de voltar a ter capacidade econômica. Tenho pressa de voltar pra Fortaleza.A maior das pressas não precisa ser dita.
A maior das pressas é talvez a única que faça sentido.
*Ilustração - janamagalhaes.com.br