São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pé quebrado II

Pois é...
Meu pé continuava doendo, mesmo depois da fisio. Médico de pronto-socorro me mandou parar de ir a médicos de pronto-socorro (oi? precisava?). E eu fui finalmente a um ortopedista especializado em fratura no pé.
O carniceiro médico falou que talvez tenha que operar, porque a fratura é antiga (dois meses). Mas achou exagero operar antes de fazer uma última tentativa de "colar" o osso. E me mandou usar uma bota imobilizadora e muletas.
Acontece que a minha aula é na última sala do último andar do último bloco da faculdade.
E andar de muletas é cruel, viu? Agora eu entendo o que a minha avó quer dizer quando diz que "fulano sofre mais que 'suvaco' de aleijado". E além disso o lado que não tá podre sofre com a sobrecarga: dói joelho, dói calcanhar...
Então eu adiei o máximo que pude o retorno às aulas. Mas ontem... não deu. Tive que ir.
1º obstáculo -- Por que ninguém respeita a vaga de deficiente? O husband não conseguiu parar em frente à faculdade porque tinha uma criatura com pisca alerta lá, ligado, fazendo hora...
2º obstáculo -- Por que as pessoas fazem rampas tão íngremes? Desci do carro, depois desci a rampa pra falar com o segurança pra ele abrir o portão pro meu marido entrar com o carro.
3º obstáculo -- O segurança primeiro disse que ele podia entrar na faculdade com o carro, depois disse que não, porque as vagas de deficiente já estavam reservadas (?) Quase eu infarto de raiva. Depois de eu dizer pra ele que eu também tinha direito a uma das vagas, já que estava com a mobilidade reduzida, e que ele ia ter que abrir o portão, ele abriu e finalmente conseguiu uma cadeira de rodas pra mim. E esse tempo todo eu lá, em pé, num pé só, de muletas.
4º obstáculo -- Um piso totalmente irregular até o elevador, e a gente tendo que tomar o maior cuidado pra eu não cair da cadeira.
5º obstáculo -- Elevador quebrado! Rá! Husband então me deixou ao lado da escada e subiu pra tentar conseguir os DVDs da aula (que é via satélite) pra mim. A secretária disse que não podia, pois só fornecia em caso de interrupção do sinal do satélite. Rá rá rá! Não dá vontade de matar? Mas o meu amorzinho, com uma educação e uma paciência que eu não tenho, simplesmente perguntou à moça: "Ah, é? Então providencie outra forma pra que ela possa subir e assistir à aula." Por que eu não sou assim?
Resultado - óbvio que ela não ia me carregar nos braços (e sabe que no tempo em que eu tava lá no térreo, esperando o husband voltar, dois rapazes perguntaram se eu tava precisando subir? Deus abençoe aquelas duas almas caridosas!). Então vai ter que se virar - "mas não garanto nada..." ela disse... jesuis...
E voltei pro carro, meu maridim empurrando a cadeira de rodas (e o povo olhando, uma comédia - imagine quem é cadeirante de verdade).
E é isso, people, rezem por mim, pra eu não ter que entrar na faca, porque eu tô me pelando de medo.

2 comentários:

Dinorah disse...

Lutty querida! Que maldade estão fando com você? Morri de peninha. Incrível como a gente só se dá conta de determinas vantagens - caminhar, ver, ouvir etc, quando estamos privados destes sentidos ou movimentos. Vou torcer e rezar para que você fiqeu boa loguinho.
Fé em Deus menina e boa sorte!
Um beijo
Dinorah

Nova vida em Montréal disse...

Lu, que zorra! (Pra nao dizer uma coisa q rima....) Sao muitas as sacanagens: 1) Do médico,que muitas vezes opera so pra ganhar dinheiro 2) De quem fez as rampas (ingremes) e 3) Da direçao da faculdade (que nao empresta os DVDs....
Tô na torcida pra vc se sair bem, viu? Espero q nao precise operar, mas se for o caso, boa sorte! E viva a paciência do seu husband, rsrsrs. Bjao! :)