São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vai um cafezão aí?

O que uma pessoa faz quando precisa estudar mas tá com os olhos criando remela de tanto sono? Toma CA-FÉ!

E quando não tem café em casa, o que ela faz? Pede pro marido COM-PRAR!

E no caminho do trabalho pra casa, lá se veio o husband com um café duplo (eu tinha pedido médio, mas não tinha, o que tinha era esse). Cinco e meia da tarde a garota aqui tomou bem meio litro de coffee, e passou o sono que foi uma beleza!

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Pausa: enquanto eu estou aqui escrevendo, o bebê da vizinha acabou de acordar... ele é tão fofo... (mas não é daquela vizinha mal educada que reclamou da barulheira da furadeira de outro dia não).

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O problema é que até agora o sono não veio. Deve ter sido praga da mamãe. É que eu falei com ela mais cedo e ela disse que eu tava muito mole, porque quando eu tinha "dez anos e fazia Antares" (que era um cursinho preparatório pro Colégio Militar e hoje já virou colégio) "chegava da aula dez horas e ainda ia estudar e no outro dia de manhã acordava bem cedinho e ia estudar de novo".

Minha mãe sempre me explorou, cerebralisticamente falando. Qualquer dia vou perguntar a ela o porquê de ela não ter feito isso com meus outros três irmãos...

Praga de mãe é freud.

Já assisti televisão (sob protestos), já estudei, e nada do sono vir.

Resolvi vir blogar e quando entrei no quarto do computer um ser não identificado voou na minha direção - isso é hora? (graças a Deus não era uma barata - bom, pelo menos pelo tamanho, acho que não, não gosto nem de pensar). Por onde foi que essa praga entrou? O que menos faço nessa cidade de ar puro é abrir as janelas daqui de casa...

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Até o bebê da vizinha já dormiu de novo. Deve estar sonhando com uma piscina de leite.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Meus professores


A primeira teacher de que tenho lembrança é a da alfabetização, a Tia Juliana, ainda na escolinha da Tia Neide. Era baixinha (naquele época eu já a achava baixinha, então ela devia ser mesmo), de cabelo preto e curto, voz mansa, tão calma... Até hoje quando a vejo ainda a chamo de Tia.

Depois veio a mudança pro colégio grande e eram duas professoras por sala, se não me engano, mas só me lembro de uma, a Tia Rita: cabelo estilo Chitãozinho e Xororó (dispensa descrições), meio acinzentado; batom bem vermelho ou rosa choque; calça de cintura alta (a moda é cíclica mesmo!). E carinho, muito carinho. Todo mundo era doido por ela.

Na terceira série, uma vez, eu saí de uma aula de artes da Tia Margarida com um "artesanato" feito de lata de leite, e resolvi dar a uma professora de quem eu gostava muito (nem vou falar o nome). E sabe o que ela disse? "O quê que eu vou fazer com isso?". Eu fiquei arrasada e voltei pra casa com a minha latinha e contei pra mamãe, que ficou indignada, mas nem foi atrás de confusão porque também trabalhava no colégio.

Teve também a Tia Albanice, na quarta série, que às vezes, no recreio, pagava lanche pra mim. Ela era loira, usava uns óculos fundo de garrafa bem grandes.

No Colégio Militar teve uma ruma. E tinha também os monitores. Nunca me esqueci do Sgt. Lauser, o da quinta série. No final do ano ele deu uma plaquinha a cada aluno da turma. Tenho guardada até hoje. O Sub Tietre, que faleceu bestamente, num acidente de carro, há poucos anos.

Quando saí do CMF tive um choque com a informalidade dos professores do Farias Brito. Ainda lembro que a primeira vez que quis ir ao banheiro, me levantei e fiquei esperando o professor, Severo, de Física, olhar pra mim (como fazíamos no CMF) - quase bati continência. Passei quase um minuto em pé e o professor continuou dando a aulinha dele, me ignorando. Já tava ficando feia a situação. Aí fui devagarzinho lá na frente, fui me aproximando, e ele dando aula, dando aula. Até que eu bem baixinho falei: "Professor?" "O que foi?" "É que eu gostaria de saber se posso ir ao banheiro?", "Claro que pode, por que ainda num foi?". Afe, eu achei aquilo tão absurdamente não-hierárquico, tão insolente da minha parte. Imagine só, ir ao banheiro sem pedir permissão ao professor. E ainda praticamente levar um carão se eu pedisse pra ir.

No terceiro ano, ainda no FB, experimentei o gostinho das aulas motivacionais que só os professores de cursinho sabem dar.

Ah, mas a melhor época mesmo foi a FA-CUL-DA-DE. Até então eu não tinha ideia do papel de um professor na vida de um ser. Na faculdade de Direito, existem inúmeros professores Juízes, Promotores, De(u)sembargadores, quando não, nessas faculdades das grandes capitais, Ministros. O problema está quando eles pensam que a sala de aula é a Secretaria de Vara onde eles trabalham, em que podem exercer a autoridade sem limites, sem restrições, sem cobranças e sem contraprestação. Ou quando não são nada disso e querem fazer da sala de aula um espaço de auto-afirmação. Mas há também almas boas, razoáveis.

Bom, essa baboseira todinha foi pra dizer que ontem me senti novamente no terceiro ano. O professor se empolgou tanto na motivação do povo, logo no começo da aula, que eu fiquei "cos ói chei d'água".

E o que faz a diferença entre um professor ruim, um professor bom e um professor que vai marcar a sua vida? São esses detalhes, essas pequenas poções de sabedoria, essas gotas de conhecimento por vezes não jurídico, que são soltas despretensiosamente ou não e que por um motivo ou outro fazem o meio do seu peito pungir, por aflição, por identificação ou qualquer outro sentimento que simplesmente não se explica.



* Na foto, Colégio Militar de Fortaleza.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

1º dia no colégio...


Sabe criança quando volta das férias e vai pro 1º dia de aula, no transporte escolar, com mochila nova, caderno novo, lancheira nova com suquinho e maçã arrumados pela mamãe, na expectativa de conhecer os coleguinhas novos?
Pois é...
Ontem eu comecei o cursinho.
Lá fui eu, num look toda estudante, de mochila e sapatilha.
E como as coisas mudam:
- no lugar do caderno, um netbook;
- substituindo o professor, duas televisões;
- ao invés do transporte escolar, husband's delivery;
- na hora do recreio, nada de lanche e sim quinze minutos cronometrados nas benditas televisões, suficientes apenas para perguntar o nome de duas ou três coleguinhas e maiores informações sobre o curso.

Fico imaginando meus filhos chegando ao colégio e se deparando com um robô dando aula... Na televisão, lógico, para milhares de pontos no mundo ao mesmo tempo...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Armador de rede parafusado

Era uma vez um casal de cearenses que foi morar em um apartamento que não tinha nenhum armador de rede. E, como bons cearenses, precisavam de um armador (mentira, eles nem tinham costume de dormir de rede, mas o pai da moça insistia loucamente pra que ela colocasse um armador lá ou ele não iria visitá-la).

Partindo de premissas básicas (armador bom é armador chumbado, não se confia em parede de tijolo branco, não se coloca mais de duas redes no mesmo armador, rede de nylon num presta pra nada, etc), foram adiando a instalação dos armadores, já que tinha que chumbar, e pra isso comprar areia, cimento, etc...

Até que outro casal deu a ideia bri-lhan-te de colocar um armador parafusado, garantindo que sim, era seguro. E lá foi a doméstica esposa comprar o tal armador, afinal bastava uma furadeira (e alguém que soubesse usar).

Quando o pedreiro contratado chegou pra instalar disse que a bucha que vinha na embalagem era pequena (6cm) e lá foi a moça comprar uma bucha maior (10cm - "vai atravessar a parede"... ela pensou). Olha a diferença no calibre (ui):



Comprou também uma "carrapeta" pra ajeitar a torneira da cozinha que o bombeiro hidráulico (que era a mesma pessoa) também ia consertar.

Quando ela voltou, o marceneiro (ainda o mesmo cara, que era serviços gerais mesmo) tava colocando o olho mágico e a chave tetra da porta e a vizinha de frente tava esbravejando "que barulheira é essa?" no sotaque mais paulistano-corinthiano-mano possível. Incrível a sutileza das pessoas... Tão fácil ela se aproximar e perguntar se ia demorar, se ainda ia fazer barulho... Enfim.

Iniciou-se o processo de colocação dos armadores. O primeiro par pra varanda. A primeira peça beleza:



A segunda... well. Havia um vergalhão de ferro no meio do caminho. No meio do caminho havia um vergalhão de ferro. Ainda tentaram de novo. Mas não deu. Olha que beleza:



Foram pro armador do quarto. O primeiro, pra iludir, tranquilo. O segundo pegou o vácuo do tijolo (sabe aquele tijolo vermelho, furado?). O Seu Júlio (v. bombril), na maior boa vontade, arrochou as buchas, entortou os parafusos e se pendurou no armador "pra testar". "Ficou bem firme". Rá! Ele pesava cinquenta quilos. E o casal... well, o casal, digamos, estava um pouquinho acima do peso. Bastou a mocinha armar a rede, fazer força - com os braços, porque sentar nem pensar - pra baixo e o armador pediu penico:


E assim o casal prosseguiu sem armador, sem rede, mas com um fio de esperança. Seu Júlio, o pedreiro-bombeiro-marceneiro, falou que chumba os armadores por quarenta reais e ainda traz a areia que ele vai roubar da obra onde tá trabalhando vai pedir ao engenheiro pra quem trabalha (Seu Júlio, por que não falou antes?).

E aguardem as cenas dos próximos capítulos...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Agora é pra valer...


E depois de umas merecidas férias, de visita dos sogrinhos, de Natal e Reveillón em Fortaleza (lindos os fogos da Praia de Iracema), de visita do papi e dos meus irmãos, não havia mais o que justificasse adiar o início dos estudos.

O engraçado é que o maridón já tinha passado pelo mesmo processo (saído do emprego pra estudar pra concurso), e me dizia pra me preparar que não seria fácil.

E eu escutava aquilo pensando que seria tranquilo, pois já tinha "vivenciado a experiência dele", como se se pudesse viver pelos outros. Não se vive. Pelo menos tão inteiramente.

Já na primeira semana eu tive um companheiro inseparável: o banheiro. Sem justificativa nenhuma, uma dor de barriga hor-rí-vel se apossou de mim por uns três dias.

Depois, tive uma crise de choro com medo de ter mandado um documento errado pra inscrição de um concurso - É, as bancas não facilitam a sua vida: seria tão simples apenas fazer a inscrição pela internet... Mas não, você tem que mandar documentos autenticados via SEDEX ou até ir fazer a inscrição pessoalmente ou por procurador, mandar uma foto de quando você nasceu pra ver se você é você, comer uma pizza em noite de lua cheia, etc...

O fato é que pirei um pouco, mas só um pouquinho. Mas acho que é normal, né? Todas essas mudanças e ainda a distância da família...

Mas agora a piração já passou, a tranquilidade aos poucos vai se instalando e a rotina vai ajudar.

I hope...