Voltei à rotina casa-aula-casa.
E recebi visitas familiares muito boas, vindas diretamente de Fortaleza.
Mas agosto, como diz minha vó, é o mês do desgosto, e eu tive meu lindo carrinho furtado.
E aqui as pessoas não acham o carro da gente. E aqui você faz o BO pela internet, mesmo sendo um furto de um carro. E aqui na página da Secretaria de Segurança Pública já tem um link "BO - furto de veículo". Como se fosse o primeiro lugar do ranking dos mais acessados, sabe? Tipo no site da Receita Federal tem lá "Restituição"? Porque isso é básico aqui. E serviu pra que eu me lembrasse de onde eu tô morando. E serviu para que eu agradecesse a Deus pela minha vida e pela minha integridade física.
E serviu pra que eu andasse de ônibus novamente. Shame on me. Não lembro há quantos anos não andava de ônibus. Fui pra parada (aqui eles chamam de "ponto", eu acho), fiquei lá, à beira do meio-fio (aqui eles chamam meio-fio de "guia" - oi? guia turístico?).
Fiquei observando as outras pessoas da parada. Ok, elas entravam pela frente. Eu não ia mais pagar o mico de entrar pela porta errada e o trocador olhar pra minha pança e perguntar se eu tava grávida e não podia passar na roleta.
O husband tinha dito que eu pegasse qualquer um que tivesse a placa "Via Largo de Osasco", mas eu tava com medo de entrar sozinha... Fiquei esperando alguém dar sinal para um ônibus que tivesse a bendita placa, mas ninguém deu, e finalmente tomei coragem e subi num azulzinho, que tava até bem vazio.
Beleza. Era só dar o sinal depois do viaduto, seguindo as instruções recebidas.
Mas antes tinha que pagar, né? E eu tinha saído de casa só com uma bolsinha de moedas, com 10 reais dentro. Só que a Lei de Murphy é minha companheira, lógico, e ela não ia me abandonar assim.
O fecho da bolsinha travou, e eu tive que ficar indo e voltando com ele. E a nota rasgou. Rá!
Entreguei a nota de 10 reais pra trocadora e ela não recebeu. Disse que eu ficasse na frente mesmo e por lá descesse, que ela não ia pegar o dinheiro e depois ficar no prejuízo.
Fiquei morrendo de vergonha, pedi desculpas mil vezes. Passou o viaduto, dei sinal, desci. Encontrei o husband, fomos ao cartório, reconhecemos firma de 40 mil documentos e rumamos à seguradora.
Outro ônibus e lá vai o doido do marido querer entrar por trás. O motorista não abriu, porque, além disso, a gente tava na parada errada (aqui tem tanto ônibus que tem que segmentar as paradas - não dá pra todo mundo parar num lugar só).
Mas conseguimos pegar o nosso busão. O trocador perguntou onde a gente ia descer. Como assim? Te interessa, meu fí? Mas o husband respondeu mesmo assim. Fiquei olhando aquela marmota calada. Depois o marido - O expert - me explicou que dependendo do ponto onde você desce, o preço da passagem é diferente. Ah, tá, porque é bem fácil pro trocador esse controle, né?
Lógica ilógica de São Paulo e região metropolitana: não vou ter tempo de me acostumar com você. Felizmente ou infelizmente?
*O safári parte I está aqui.
** Fotinha tirada no Zoo de Sampa. Lá tem um safári (de verdade) bem legal.